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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

RESENHA DO LIVRO – A ARTE DE ESCREVER – PARTE FINAL


Autor do livro – Schopenhauer

Resenha por :   Eng. Agr. Orlando Lisboa de Almeida  (resenha simples, não acadêmica)

     Página 71 -   “Normalmente as resenhas são feitas no interesse dos editores e não no interesse do público.”
     77 – Sobre o crítico literário anônimo ou que usa pseudônimo.    A eles... “deveriam ser empregados epítetos como: O canalha covarde anônimo diz”...
     82 – Sobre os hegelianos... “Ou então eles tem em vista um modo de escrever espirituoso, com o qual parecem querer ficar loucos”.
     84 -  (ao escrever)  “... a simplicidade sempre foi a marca não só da verdade, mas também do gênio”.
     84 – A primeira regra para bem escrever... “... é que se tenha algo da dizer.”
     90 -  “... embora de fato se deva pensar como um grande espírito, sempre que possível, deve-se falar a mesma linguagem das outras pessoas.  Palavras ordinárias são usadas para dizer coisas extraordinárias.”
     106 – “Pois a língua alemã é a única em que se pode escrever quase tão bem quanto em grego e latim, característica que seria ridículo querer atribuir às outras principais línguas européias, que não passam de dialetos.   Comparado a elas, o alemão tem algo de extraordinariamente nobre e sublime.”
     110 – Criticando um tipo de escritor:   “... basta ao escritor saber o que ele quer e pretende dizer; o leitor que se arranje para acompanhá-lo”.
     112 – “Dizem que Platão redigiu a introdução de sua República sete vezes, com diversas modificações.”
     112 – (base 1850) -  “Até aproximadamente cem anos atrás, sobretudo na Alemanha, os eruditos escreviam em latim.”
     Sobre a Leitura e os Livros
     127 -  ...”os ricos que são ignorantes vivem apenas em função dos seus prazeres e se assemelham ao gado, como se pode verificar diariamente.  Além disso ainda devem ser repreendidos por não usarem sua riqueza e ócio para aquilo que lhes conferiria o maior valor.”
     127 – Parece paradoxal ele não ser contra a leitura, muito pelo contrário, mas num certo contexto coloca a frase para se pensar:     “Quando lemos, somos dispensados em grande parte do trabalho de pensar.  É por isso que sentimos um alívio ao passarmos da ocupação com nossos próprios pensamentos para a leitura.  No entanto, a nossa cabeça é, durante a leitura, apenas uma arena de pensamentos alheios. Quando eles se retiram, o que resta?”.
     129 – “Além de tudo, os pensamentos postos no papel não passam, em geral, de um vestígio deixado na areia por um passante: vê-se bem o caminho que ele tomou, mas para saber o que ele viu durante o caminho é preciso usar os próprios olhos.”
     133 – Cita o epigrama de A.W.Schlegel:   “Leiam com afinco os antigos, os  verdadeiros e autênticos antigos: o que os modernos dizem sobre eles não significa muito.”
     137 – “Há duas histórias: a política e a da literatura e da arte.  A primeira é a história da vontade, a segunda, a do intelecto.   É por isso que a primeira geralmente é angustiante, mesmo terrível: medo, necessidade, engano e assassinatos horríveis, em massa.  A outra, em contrapartida, é agradável e jovial, assim como o intelecto isolado, mesmo quando descreve erros e descaminhos.”
     138 -   Epiciclos.   “Esse epiciclo partia da linha circular levada adiante por Kant até o ponto em que, posteriormente, eu a retomei para fazê-la avançar...”
     143 -   “Gostaria que alguém tentasse escrever um dia uma história trágica da literatura, na qual expusesse como as diferentes nações, cada uma das quais deposita seu maior orgulho nos grandes escritores e artistas que tem a exibir, trataram esses homens durante suas vidas.”    (negrito do resenhista aqui)
     Sobre a Linguagem e as Palavras
     145 – “Sabemos que, do ponto de vista gramatical, quanto mais antigas as línguas, mais perfeitas elas são, e pouco a pouco ocorre uma piora – partindo da elevação do Sânscrito até a baixeza do jargão do inglês, esse traje malremendado de pensamento, feito com retalhos de tecidos heterogêneos.”
     165 – Curiosidade.....   “... uma vez que o colibri só habita o continente americano.”
     166 – O alemão – vários ramos da língua – ramo gótico (um deles).      “O gótico,  proveniente do sânscrito, dividiu-se em três dialetos: sueco, dinamarquês e alemão.”
     166 -  Escavações...  “... em comparação com os achados alemães, que a cultura era muito mais elevada na Escandinávia, em todos os tempos.”          Fim.


sábado, 6 de dezembro de 2014

RESENHA DO LIVRO - A ARTE DE ESCREVER - SCHOPENHAUER

                 (Segunda, de três etapas)   
  37 -  Ele defendia que os alunos dos cursos superiores para juristas, teólogos e medicina, deveriam ter no primeiro ano, curso de Filosofia.  A partir do segundo ano, ter contato com as matérias específicas dos seus cursos, sendo então para os teólogos, mais dois anos, para os juristas mais três e para a medicina, mais quatro anos de estudos.
                 Pensar por Si Mesmo  - capítulo
     39 – “A mais rica biblioteca, quando desorganizada,  não é tão proveitosa quanto uma bastante modesta, mas bem ordenada.”
     ... “por meio da comparação de cada verdade com todas as outras, que uma pessoa se apropria do seu próprio saber e o domina.  Só é possível pensar com profundidade sobre o que se sabe, por isso se deve aprender algo; mas também só se sabe aquilo sobre o que se pensou com profundidade”.
     39 -  “...podemos nos dedicar de modo arbitrário à leitura e ao aprendizado; ao pensamento, por outro lado, não é possível se dedicar arbitrariamente”.
     41 -  ...” o excesso  de leitura tira do espírito toda a elasticidade, da mesma maneira que uma pressão contínua tira a elasticidade de uma mola.”   (ler e matutar)
     41- sobre ler sem matutar...  “...pobres de espírito... privando também seus escritos de todo e qualquer êxito.  Como disse Pope:  ‘Sempre lendo para nunca serem lidos’ “.
     42 - ...”que pensa por vontade própria, de modo autêntico, possui bússola para encontrar o caminho certo.”
    42 – compara ler, como conhecer um jardim via gravura, diferente de visitar o jardim ao vivo e a cores.
     43 – Há o pensador que cria e o erudito que “repete”, replica o conhecimento.
     44 – “Ler significa pensar com uma cabeça alheia em vez de pensar com a própria.”
     45 – Pesquisador científico.  “Só que ele precisa de muitos conhecimentos e, por isso, de muita leitura.”    (além da experiência de campo)
     56 – Um provérbio espanhol:   Honra e proveito não cabem no mesmo saco.
    
     Capítulo – Sobre a Escrita e o Estilo

      57 – Elenca três tipos de escritores.   Primeiro, os que escrevem sem pensar.  Segundo, os que pensam enquanto escrevem e terceiro, há os que pensaram antes de se pôr a escrever.   Escrevem apenas porque pensaram.  São raros.
     62 – “Encontro passagens de meus escritos geralmente citadas de modo falso, e apenas meus discípulos declarados constituem uma exceção.”

              Continuará no módulo 3, módulo final, em breve.     06-12-14



     

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

RESENHA DO LIVRO – A ARTE DE ESCREVER

RESENHA DO LIVRO – A ARTE DE ESCREVER                   (Primeira Parte)     01-12-2014
Autor:  Schopenhauer    (Arthur Schopenhauer – 1788 – 1860)

Resenha feita pelo Eng. Agr. Orlando Lisboa de Almeida
(critério pessoal, sem metodologia acadêmica)

Trata-se de uma edição de bolso da editora L&PM – Porto Alegre – RS – 2014

P.12 – O livro “O mundo como vontade e representação”.   “As principais referências do livro, que ele acabou de redigir em 1818, são Platão e Kant, mas seu pensamento é marcado também pelo estudo da tradição indiana e dos clássicos gregos e latinos”.   ...”foi praticamente ignorado na época...”
     12 -  Ministrou aulas (1820) na Universidade de Berlim e passou a dar aulas no mesmo departamento em que Hegel ocupava uma cátedra.  Hegel era da linha filosófica idealista, diferente da linha de Schopenhauer, que se viu quase sem alunos no final do ano letivo (terminou o turno com quatro alunos apenas).   Abandonou as aulas após esse revés.
     13 – Em 1851 lança o livro Parerga und Paralipomena  (Acessórios e Remanescentes) que lhe dá notoriedade.   Influencia artistas, escritores, filósofos das gerações seguintes como Nietzsche, Wagner, Horkheimer, Thomas Mann, Tolstoi e Sartre, entre outros.
     Sua influência foi marcante inclusive no desenvolvimento da  Psicologia.  Thomas Mann num ensaio sobre o filósofo chega a afirmar que “Schopenhauer, psicólogo da vontade, é o pai de toda a psicologia moderna; dele se vai, pelo radicalismo psicológico de Nietzsche, em linha reta até Freud”.
     14 – Este livro em pauta é parte do Parerga und Paralipomena.    “... diversos aspectos como a erudição, a escrita e o estilo, a leitura e os livros, a língua e as palavras, a filosofia livresca e o pensamento próprio.”
     19 – No capítulo Sobre a Erudição e os Eruditos: 
     “É com esse objetivo que tal geração freqüenta a universidade e se aferra aos livros, sempre aos mais recentes, os de sua época e próprios para sua idade.  Só o que é breve é novo!   Assim como é a nova geração, que logo passa a emitir seus juízos.”
     20 – A busca mais pela informação, não a instrução.    “Não ocorre a eles que a informação é um mero meio para a instrução...”
     “Ah, essa pessoa deve ter pensado muito pouco para poder ter lido tanto!”
     ...”sinto a necessidade de me perguntar se o homem tinha tanta falta de pensamentos próprios que era preciso um afluxo contínuo de pensamentos alheios.... (leitura).”
     21 - ...”da clareza e a profundidade do saber e da compreensão...”
     21 - ...”um bom escritor pode tornar interessante mesmo o assunto mais árido.”
     21 – “elaborar novas e grandes concepções fundamentais aquele que tenha suas próprias idéias como objetivo direto de seus estudos, sem se importar com as idéias dos outros.”
     22- “Não é possível alimentar os outros com restos não digeridos, mas só com o leite que se formou a partir do próprio sangue.”
     23 – A ocupação -   ...”se ocupe dele com amor...”
     24 - ...”a inépcia é um direito de todos. Em compensação, comentar a burrice e a maledicência é um crime...”
     24 – “O grande público culto busca viver bem e se distrair, por isso deixa de lado o que não é romance, comédia ou poesia”.   (isto dito em 1851).  
     25 – “A pessoa que ensina a ciência não e a mesma que entende dela e a realiza com seriedade, pois a esta não sobra tempo para ensinar.”
     25 -  (negrito meu)   “...é uma obrigação dos governos, que pagam as academias, encarregá-las de investigar o assunto por meio de uma comissão, como ocorre na França com casos de muito menor importância”.     “Senão, para que existem essas academias que se tornam tão amplas e abrigam tantos imbecis sempre a se vangloriar?”
     27 – “Em todo o caso, o erudito alemão também é pobre demais para ser honesto e honrado”.      ...”qualquer coisa é melhor do que dizer a verdade e contribuir para o trabalho dos outros – são esses o seu procedimento e o seu método”.
     ...”sem nenhuma consideração pelo bem comum...”
....”única coisa com que todos estão de acordo é não deixar que desponte uma cabeça realmente eminente quando ela tende a se destacar....   representaria um perigo para todos ao mesmo tempo”.
     29 -  “...eruditos independentes tem...  vantagens relativas ao reconhecimento por parte da posteridade...  exige certo ócio e uma certa independência”
     29 – Para os medíocres da academia.     “.. a forragem da cocheira dos professores é a mais apropriada para esses ruminantes.”
     29 – “ Cada geração que passa rapidamente alcança, de todo o saber humano, somente aquilo que ela precisa.  Em seguida desaparece.  A maioria dos eruditos é superficial.  Segue-se cheia de esperanças, uma nova geração que não sabe nada e tem de aprender tudo desde o início; de novo ela apanha aquilo que consegue ou aquilo de que pode precisar em sua curta viagem, depois desaparece igualmente.”
     30 – Empreendimento científico - ...”deve-se dedicar apenas a um campo específico, sem dar importância para todo o resto”.   (ele faz ressalvas a isso)    “Com isso veremos eruditos que, fora do seu campo específico, são verdadeiras bestas”.
     31 – “Em contrapartida, a verdadeira formação para a humanidade exige universalidade e uma visão geral...”
     33 – “Isso mostra que os críticos também são uns ignorantes, ou estão mancomunados com os responsáveis pela publicação, ou então com os editores.”
     35 – O autor defende o conhecimento do Latim, do grego, etc.
     “... Bacon de Veralam traduziu ele mesmo seus ensaios para o latim...”
     36 – Ele propõe que deveria estar em lei...
     “A melhora da qualidade dos estudantes... deveria ser determinada...
     Nenhum deles teria permissão para freqüentar a universidade antes de completar vinte anos, idade em que passaria por um examen rigososum nas duas línguas antigas (latim e grego) antes de fazer a matrícula.





domingo, 26 de outubro de 2014

RELAÇÃO DE LIVROS LIDOS DE JULHO-1994 ATÉ DEZ/14

   

     Orlando Lisboa de Almeida     (tenho a resenha de todos em caderno)


01 – Os Amantes                                            Morris West                07-94

02 – A Eneida                                                 Virgílio                       09-94

03 – A Insustentável Leveza do Ser                 Milan Kundera              10-94

04 – Viagens na Minha Terra                          Almeida Garrett           11-94

05 – As Três Marias                                       Rachel de Queiroz       12-94

06 – As Pupilas do Senhor Reitor                    Julio Dinis                    12-94

07 – Venha Ver o Por do Sol                          Lygia F.Telles              01-95

08 – O Pássaro de Cinco  Asas                      Dalton Trevisan            01-95

09 – 79ª Park Avenue                                     Harold Robbins           03-95

10 – Formação dos Cristãos Leigos                Vários autores             05-95

11 – O Caminhão                                           Marguerite Duras         06-95

12 – Selvino Jacques                                       Brigido Ibanhes            08-95

13 – Deus Lhe Pague                                      Joracy Camargo          05-96

14 – Crônicas                                                 Machado de Assis       07-96

15 – Peça de Teatro                                       Frederico G.Lorca       01-97

16 – Civilizações que o Mundo Esqueceu        Aurélio M.G.de Abreu  01-97

17 – Óvnis SOS Humanidade              J.J.Benítez                              02-97

18 – Galáxia Romântica                                  Célio de Alencar *       03-97

19 – Raio X da Mente humana                        Fauze Kfoure               06-07

20 – As melhores Crônicas (Fenab)                Vários Autores *         07-97

21 – Cemitério de Elefantes                             Dalton Trevisan            09-97

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

RESENHA - PALESTRAS – SEMANA ACADÊMICA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UFPr - 2014


Anotações pelo Eng. Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida, 64 anos

Data e local:  13-10-14 no Auditório do Setor de Comunicação Social da UFPr

     O evento contou com vários palestrantes, sendo um deles o Deputado Federal Jean Wyllys do Psol do RJ.     Período da manhã, auditório lotado.
     TEMA – A IMAGEM DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA MÍDIA
     Palestrantes presentes:
Neli Gomes – Movimento Negro   doutoranda em Sociologia  (foi acadêmica por cota)
Xênia Mello – Marcha das Vadias – Advogada
Jean Wyllys – Deputado Federal pelo Psol – RJ
Leonildo José Monteiro – Movimento Nacional da População de Rua

Fala da Neli Gomes – Movimento Negro
Ela foi acadêmica de Sociologia na UFPr através de cotas e atualmente está no doutorado.    É inclusive mãe cujo filhinho de três anos (presente no evento) já sofreu discriminação, inclusive por usar o cabelo estilo afro.    A escola pediu para os pais cortarem o cabelo dele. 
     Fez referência ao Manifesto do Recife em evento de cinema.   O tema era O Negro na TV Pública”.    A população negra é grande no Brasil e na TV o negro aparece em percentual abaixo de 10% no rol de atores na telinha.
     Falou que estudou Sociologia, mas que a Comunicação Social no Brasil em geral estuda a Sociologia baseada mais em autores de fora.   Aborda pouco do nosso meio e nossa cultura.
    Ela disse que episódios de racismo não devem ser vistos como problema dos que são vítimas diretas, mas tem que ser vistos como problema de toda a nossa sociedade.   Se isolar não resolve o problema.  
     Falou do estereótipo no Brasil -  A babá, a ama de leite, preta.   A empregada doméstica e por aí vai.
    
     Fala da Xênia Mello – Movimento das Vadias  -  Advogada
     Os movimentos sociais estão pautados na luta pela superação das opressões sofridas pelas minorias.   Alerta que mesmo dentro de um determinado movimento, há lideranças com visões discordantes sobre formas e meios de ação.
     Ela defende a tentativa de se buscar um Agir na Comunicação pelo Feminismo.  Fala de se chegar a uma mídia comunicativa militante feminista.
     Lembrou que os cargos de decisão (e controle financeiro) na mídia estão nas mãos do homem branco.
     Falou sobre privilégios e exclusão.    Um surdo não costuma ir a eventos, porque não podendo ouvir e não tendo acesso à linguagem de sinais, fica excluído.    
     Ela usa o método de ter o roteiro da fala num caderninho à mão para ficar de forma organizada no tema sem divagação.  É interessante e funcional, parece.
     Em resumo a meta:    Que todas as mulheres sejam livres e respeitadas.



     Fala do Leonildo -  Representante dos Moradores de Rua
          Ele é negro, gay, foi gordo e já usou drogas e morou quase dois anos na rua.   Tem conhecimento na área de enfermagem e trabalha em apoio aos que estão na Situação de Moradores de Rua.     Lembrou do episódio mais trágico em 2004 quando na Praça da Sé em SP houve o assassinato de uma porção de moradores de rua e não se descobriu quem praticou a chacina e não houve punição.
     Disse que em Curitiba tem abrigo para ao redor de 900 moradores de rua, mas a demanda seria ao redor de 4 a 5 mil em situação de morador de rua.     Lembrou que o morador de rua não tem acesso a segurança (dorme na rua), banheiro, alimentação, etc.
     Ele deu um testemunho pessoal dizendo que foi mais bem acolhido no tempo que foi morador de rua, pelos próprios moradores de rua (sem preconceito de cor, de ser homossexual) do que na sua vida social após ter superado a situação de morador de rua.

     Fala do Deputado Federal Jean Wyllys – Psol RJ   (jornalista e ativista)
     A cultura muda no tempo e no espaço.   Diferentes meios de representação.
     Mídia...   oralidade, escrita, representação pictórica, fotografia.
     Os meios de comunicação de massa foram coisas criadas pela humanidade.
     Um pouco da história.      Cultura Judaico-Cristã
     Quando Michelangelo pintou a Capela Sistina ele passou para a narrativa pictórica a que vinha da narrativa oral do povo cristão.     Cultura da dominação masculina, tanto pelo Judaísmo, como Islamismo e Cristianismo.     Patriarcais.
     O homem domina a mulher, tem mais poder.
     O Egito era politeísta e o povo judeu que era monoteísta ficou cativo no Egito por bom tempo.     Depois dos judeus se libertarem do Egito, acabaram caindo sob o jugo dos Romanos, que na época eram politeístas.
     Na fase do Êxodo dos Judeus, ao retornarem do Egito, tiveram que atravessar o deserto com alto risco de vida.    A energia teria sido concentrada para depois, na terra prometida, procriar.    A mulher estaria com a missão de procriar essencialmente.
O prazer no sexo não era levado em conta para a condição feminina.
     O Cristianismo foi “minando” o Império Romano ao ponto de determinado imperador, para continuar a ter o controle sobre o povo, acabou aderindo ao catolicismo e colocando a religião Católica Apostólica Romana como oficial do Império.
     Povos Bárbaros – os que não falavam o latim, que era a língua dos romanos.   Portugal também entra no contexto do catolicismo e do Império Romano.    Assim o colonizador do Brasil trouxe sua visão de mundo para cá e não respeitou as diferentes visões de mundo (culturas, religiões, etc) do povo local.    Destaca que nada disso veio da natureza, mas da ação e das crenças humanas.
     Feudalismo, depois, capitalismo.    Capitalismo com os detentores dos meios de produção e a proletarização dos trabalhadores, etc.    No contexto surgem as correntes políticas, lutas de classes, etc.
     As lutas atuais do feminismo, GLBT, contra o racismo e outras (das minorias) se desdobram das demais lutas.
     Historicamente Jesus foi um grande líder inclusive nas lutas pelas Minorias.   A sociedade excluía leprosos, cegos, coxos, etc.    Ele adotava postura Inclusiva.
     Luta que vem de longe e desemboca na Revolução Francesa, nas democracias, na luta pelos Direitos Humanos.   Indiretamente, na luta do feminismo e das minorias.
     Nessa luta por direitos somos representados pelos meios de comunicação de massa.  A janela que se abriu foi a mídia digital, alternativa, via internet.    A grande mídia apóia o Capitalismo e o hegemônico.   Não apóia os movimentos sociais.
     A sociedade (influenciada pela grande mídia) vê a luta nas ruas como “ameaça à família” no sentido tradicional da família opressora.
     O palestrante lembrou que o que pauta a democracia nos dias atuais é a defesa das minorias.    As minorias são oprimidas e as opressões podem ser cumulativas.   Alguém pode sofrer preconceito cumulativamente por ser pobre, negro, gay por exemplo.
     Ele defende essa Frente de Lutas que não é só do Capitalismo que oprime as minorias.
     Ao final das palestras houve o lançamento do livro Tempo Bom, Tempo Ruim, do palestrante e Deputado Federal Jean Wyllys.      

               orlando_lisboa@terra.com.br

    
    





     

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

BIOGRAFIA DA CLARICE LISPECTOR - PARTE FINAL

    Como já disse nos capítulos anteriores, a Biografia da Clarice Lispector, de autoria de Benjamin Moser, é um livro volumoso, mas de grande qualidade e diversidade de informação.     Dos apontamentos que fui fazendo ao longo da leitura, daquelas partes que mais me chamaram a atenção,  notei que dava para fazer comentários sobre um pouco do pensamento da Clarice, um tanto do Brasil na época e finalmente, destaquei o lado que o autor realça o povo judeu, afinal o autor e Clarice pertencem ao povo judeu e essa condição se reflete naturalmente na obra.    Vamos à síntese do que anotei:
     (Página 23)   Na Ucrânia onde nasceu Clarice, Stalin matou muita gente e depois Hitler também fez o mesmo, para a dor daquele sofrido povo.    Era a região que tinha a  maior concentração de judeus do mundo.     Clarice nasceu na cidade de Tchechelnik.
     (p.27)  Os judeus costumavam ter muitos filhos, pois preceitos religiosos deles não eram compatíveis com o controle da natalidade.
     (p.28)  Por lei, na Ucrânia da época, os judeus não podiam ter terras e viviam em seu país como se fossem estrangeiros.        
     (135)   Nas Guerras Mundiais, praticamente o mundo todo fechou as portas para os imigrantes judeus.
     (p.166)   Para todos os lugares onde os judeus migraram, já na segunda geração eram classe média, visto que sempre foram dedicados inclusive aos estudos.         Sionismo - movimento dos judeus visando ao retorno à terra dos ancestrais.
     (p.244)   O jornalista Samuel Wainer, que foi destaque no cenário brasileiro, era judeu nascido na Bessarabia,  que fazia parte da URSS.    Ele foi proprietário do Jornal Última Hora.      Clarice, formada em Direito, exerceu o jornalismo no Rio de Janeiro por bom tempo e foi até demitida do Jornal do Brasil  por ser judia.
     (p.271)   O diplomata brasileiro Osvaldo Aranha teria assinado pela ONU em 29-11-47 o documento de criação do Estado de Israel.
     (304)   O empresário Adolpho Bloch, da Revista Manchete nasceu na Ucrânia e era judeu.
    (p.327)   O empresário americano Henry Ford, segundo o autor, era um notório anti-semita.    

     Conclusão:   o meu hábito de anotar o que achei de mais relevante em todos os livros que leio me fornece uma síntese interessante.    Ao ler e reler esta síntese, reforço o conhecimento das passagens de destaque que permitem uma reflexão boa.     

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

RESENHA DA BIOGRAFIA DA ESCRITORA CLARICE LISPECTOR III

    No mês de fevereiro coloquei duas partes de comentários daquilo que achei mais interessante na Biografia da Clarice, cuja obra está detalhada no Capítulo I do tema no blog.     Para este capítulo III destaquei mais o lado Brasil da época focado no livro.    Mas antes de entrar no tema Brasil, vou destacar uma frase lapidar para as pessoas que são chegadas a fazer uns rabiscos.   (página 126) " Uma coisa eu já adivinhava:  era preciso tentar escrever sempre, não esperar por um momento melhor porque este simplesmente não vinha.  Escrever sempre me foi difícil, embora tenha partido de uma vocação.  Vocação é diferente de talento.  Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir".
     Agora, sobre o Brasil da época por conta do biógrafo:
     (pag.129)   Antes do ano de 1920 os navios de Cruzeiro que vinham do primeiro mundo se gabavam de não parar no Brasil.   Havia lá fora o medo de doenças tropicais daqui e outras idéias negativas.
     O Brasil em geral e o Rio de Janeiro (que era a capital federal na época) despontaram para o Primeiro Mundo como lugar interessante após 1920.    Nessa onda, o RJ inaugura em 1922 o famoso Hotel Glória e em 1923 o Copacabana Palace, outro hotel que virou ícone do RJ.     Getúlio Vargas, o Presidente, fez uma forte campanha para melhorar a imagem do Rio em particular e do Brasil em geral no exterior.    E era tempo da cantora super star da época Carmen Miranda estar bombando na mídia.   Ela acabou ajudando a melhorar a imagem do Brasil lá fora.     Futebol e Carnaval já eram produtos fortes do Brasil da época.
     (p.140)     Nossa Casa de Detenção, que depois virou o Carandiru já foi um presídio modelo de tal forma que era aberto a visitantes daqui e do exterior.   Visitantes famosos como o Antropólogo Clode Lévi-Strauss e o escritor judeu Stefan Zweig visitaram a Casa de Detenção.
     (p.142)   Algo para reflexão:    Até 1920 o Brasil não tinha nenhuma Universidade.  O que havia era faculdades isoladas com cursos específicos.    Nada de um campus com vários cursos dentro do conceito de universidade.     E o autor destaca que cidades como Lima, Cidade do México e Santo Domingo já tinham suas universidades desde o século XVI.  
     (p.198)     Na Segunda Guerra Mundial os americanos fizeram em Natal-RN a maior base aérea fora do seu território no esforço de guerra usando Natal-RN por ser um ponto estratégico por ficar no ponto da América do Sul mais próximo da África.    Diz que a  Base americana em Natal era tão grande e sofisticada que tinha até um cinema que recebia os filmes de lançamento, mesmo antes de chegarem à nossa capital federal que era o Rio de Janeiro.
     (p.213)   Em 1888 o Brasil decretou o fim da escravidão e passou a incentivar a imigração para prover mão de obra principalmente nas lavouras, sendo que o café era o carro-chefe.    E que a preferência teria sido para o imigrante italiano por ser branco, latino e católico.   Supunha-se que o povo brasileiro se adaptaria melhor a esse perfil de imigrante, segundo o autor comenta.
     (p.278)   Em 1947, o Brasil em uma fase de estreitamento diplomático com os USA chegou a importar 27.000 toneladas de bananas dos USA.     Parece piada!
     (p.300)   Diz que até certa época recente, no Brasil só três escritores conseguiram viver da literatura e seriam: Érico Veríssimo, Fernando Sabino e Jorge Amado.
     (p.314)   O magnata Giuseppe Martinelli fez o primeiro arranha-céu como se chamava um prédio alto nos tempos dos anos 20.    O povo paulistano ficou abismado com a obra e sua altura mas tinha medo de morar naquela altura.    Para mostrar que o prédio era seguro, o magnata Martinelli se mudou com a família na cobertura do arranha-céu.   Daí as pessoas aderiram à novidade.
     (p.395)   Jânio Quadros, que foi presidente do Brasil, visitou Cuba de Fidel.   Jânio condecorou Chê Guevara  (em 19-08-61) com a maior comenda nacional -  a Ordem do Cruzeiro do Sul.
    (p.427)     Na Ditadura militar os amigos de Clarice, Paulo Francis e Ferreira Gullar, foram presos logo após a edição do AI 5 Ato Institucional número 5 que suspendeu as liberdades democráticas no País em 1969.            
     Em resumo nosso País é novo e estamos no aprendizado... 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

RESENHA DA BIOGRAFIA DA CLARICE LISPECTOR II

Como simples leitor da Biografia de Clarice Lispector, seguem mais algumas frases que eu destaquei como marcantes na obra.   Isto tudo para mostrar que a escritora foi fora de série e merece ser lida com muita atenção.   
     Frase com comentário do crítico literário Milliet sobre uma obra de Clarice:    "A autora sucumbe ao peso de sua própria riqueza"  (cultural).    ... "livro desanimadoramente difícil de ler"..  (p.284)
     Sobre seu desapego a Deus:   "Acima dos homens, nada mais há."  (p.285)
     "Todos querem ter projeção sem saber como esta limita a vida."    ... "o que eu queria dizer, já não posso mais".   (p.360)
     Cazuza leu 111 vezes o livro Perto do Coração Selvagem.    Cita o biógrafo: "O livro inspirou paixões".   (p.457)
      "Que ninguém se engane.  Só consigo a simplicidade através de muito trabalho"   (p.479)
     Dica de Clarice para uma menina que gostava de escrever:   "Escreva em prosa... ninguém edita comercialmente livro de poesias".   (p.480)
     Sobre seu cão Ulisses:   "É um cachorro muito especial... é um pouco neurótico".   (p.482)
     Perto dos 47 anos de idade, que não chegou completar:     Em carta para o intelectual católico Alceu de Amoroso Lima (o Tristão de Athaide):   "Eu sei que Deus existe".

     Há material anotado para mais uns dois capítulos no blog, sobre detalhes do Brasil, do Jornalismo no Brasil (ela militou na área), da Guerra e na Diplomacia.   Vejamos...


Na matéria anterior deste blog está a parte I desta resenha.

sábado, 30 de agosto de 2014

RESENHA DA BIOGRAFIA DA CLARICE LISPECTOR (PARTE I)

 Como leitor franco atirador, um dia me chega às mãos  o livro biográfico "Clarice" de autoria de Benjamin Moser e tradução de José Geraldo Couto.  Obra da editora Cosacnaify, com 647 páginas.
     O livro é de uma riqueza de dados impressionante, não só da controversa Clarice, mas no retrato que o autor traça sobre a política brasileira, a Europa das primeiras décadas do século passado, a questão do povo judeu na Europa, as Guerras e muito mais.    
     Tendo o hábito de ler com papel e lápis do lado, anotando aquilo que mais me chama a atenção, percebi que no caso desta obra, dá para fazer até uma separata por assunto, como Política brasileira nos anos 20, aspectos da Geopolítica nos tempos das Guerras Mundiais,  aspectos da Diplomacia brasileira nos anos 20, aspectos do Jornalismo no Brasil e no front de batalha na Europa e por aí segue.
     Para esta primeira parte, já que a protagonista é a Clarice, resolvi destacar frases e citações que mostram um pouco do modo de pensar dela.      Ela no Cairo, esposa de diplomata, em frente à esfinge e o mito do "me decifra senão te devoro".     Ela teria dito após "encarar" a esfinge:  "Não a decifrei.. mas ela também não me decifrou".  (p12)
     Frase de Drummond sobre sua amiga Clarice:  "Veio de um mistério e partiu para outro"   (p.14)
     Ela por ela mesma:  "Sou tão misteriosa que não me entendo"   (p.15)
     Idem:   "Eu sou vós mesmos"   (p.17)
     Idem:   Dela que nasceu na Ucrânia e veio bem novinha para o Brasil:  "Eu pertenço ao Brasil"  (p.23)
     Consta que ela na juventude chegava a ler um livro por dia.   (p.126)    A literatura de Herman Hesse teria influenciado um pouco a pessoa e a obra de Clarice.    (p.127)
     Clarice, se referindo ao suicídio de Virginia Wolf:         "... não quero perdoar o fato de ela ter se suicidado.   O horrível dever é ir até o fim".   (p.205)
     Sobre viver longe do Brasil e das pessoas amigas na Europa, acompanhando o esposo diplomata.    "O que importa na vida é estar junto de quem se gosta". (210)
     Ela, morando numa pequena cidade do interior da Europa.   "É preciso ser feliz para morar em uma cidade pequena, pois ela alarga a felicidade como alarga também a infelicidade" (251)
     Para finalizar o capítulo de hoje, parte de uma frase dela numa carta enviada da Europa:    "... somente até um certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar  aos outros e às circunstâncias...".       (259).    Ela leu muito os filósofos...
     

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

RESENHA DO LIVRO – LAOWAI (ESTRANGEIRO) - Sonia Bridi


Autora:    Jornalista Sonia Bridi -  Editora – Letras Brasileiras, 4ª.edição – 2008

Resenha (do meu jeito) elaborada pelo leitor Eng. Agr. Orlando Lisboa de Almeida

     Ela e o companheiro Paulo Zero (repórter fotográfico) morou na China por três anos como correspondente da Globo.

Página 202 – Na Índia, a maioria dos veículos não tem retrovisor.  Ao ultrapassar, buzinar.  Há até aviso em parachoques trazeiros:  Buzinar ao ultrapassar.
     202 – Segundo ela, na Índia o povo “escolhe” para viver, mais gente do sexo masculino.   Causa problema demográfico por isso.
     202 -  Índia e Paquistão, fronteiriços que já se enfrentaram militarmente.   Há guardas dos dois lados da fronteira.  Ritual diário de troca de guardas de forma ostensiva com direito a arquibancadas para os turistas assistirem tudo.
     208 – O Dalai Lama vive exilado na cidade indiana de Daharamsala, já que o Tibet, seu país está há anos sob o domínio da China.
     209 – O atual Dalai Lama é o 14º com esse título.  Seu nome original é Tenzin Gyatso.     A cidade de Lhasa é a capital do Tibet.
     No Tibet do tempo antes do domínio chinês, o Dalai Lama era o líder religioso e o líder político do país.   Uma teocracia.
     211 -  Quando a China invadiu o Tibet para “salvar” o povo da teocracia dos Lamas e da miséria.... o povo tinha expectativa de vida de 35 anos.      A China também era um país bem pobre.
     211 – Depois de 10 anos sob domínio chinês, o Dalai Lama (aos 24 anos de idade) foge para a Índia e se instala com seu governo no exílio na cidade de Daharamsala e com o passar do tempo seus adeptos foram agregando ao local que atualmente conta com mais de 100.000 tibetanos.
     213 – Um dos problemas para o catolicismo na China é que esta religião condena o tipo de controle de natalidade praticada naquele país.
     213 – Colocação do Paulo Zero (repórter) ao Dalai Lama.   “Além disso, nunca vimos na China a miséria extrema que está por toda a parte na Índia ou mesmo nas favelas brasileiras”.   (argumentando que é uma das ações do comunismo chinês)
     214 – Há muita maldade no mundo segundo o Dalai Lama, mas há muitos que praticam a compaixão..... se formos só ficar focados nos males..... se olhar só o lado negativo, podemos perder a esperança.
     215 – Diferentes povos pelo mundo e diferentes necessidades de religiões, defende ele.    “Porque o objetivo final é o mesmo:  amor, compaixão, perdão, tolerância e assim por diante.”
       continua  -   clicar abaixo, à esquerda

sábado, 23 de agosto de 2014

RESENHA DO LIVRO – DA MINHA TERRA À TERRA - Sebastião Salgado

crédito da foto:   https://www.google.com.br/search?q=foto+de+sebasti%C3%A3o+salgado+em+galapagos&espv

RESENHA DO LIVRO – DA MINHA TERRA À TERRA
Livro do fotógrafo Sebastião Salgado (O fotógrafo da Luz) e da jornalista Isabelle Franqc – Editora Schwarcz – São Paulo – 2014 – 152 páginas – 1ª.edição

Resenha feita pelo Eng. Agr. Orlando Lisboa de Almeida

     Página 10 – O fotógrafo em Galápagos tentando fotografar uma tartaruga que não colaborava.  A forma que usou para “conquistá-la”.    Paciência e talento.   Ele rastejou um tempo grande até conquistar a confiança da tartaruga e só então ela fez poses.
     Página 10 – “É preciso descobrir o prazer da paciência”
     10 -  Lembra que Charles Darwin no passado fez importantes estudos em Galápagos na sua viagem no Navio Beagle.
     11 -  O fotógrafo Sebastião Salgado ficou em Galapagos por três meses em seu trabalho de fotografar no importante arquipélago.
     12 -  Os exploradores das novas terras na época da colonização (séculos XV-XVI) caçavam tartarugas em massa e colocavam vivas nas caravelas como estoque de alimento fresco por longo tempo.   Tornou as tartarugas mais arredias, quem sabe.
     13 – Albatroz, ave de grande envergadura de asas.  Os albatrozes são ótimos no vôo e ruins de decolagem e pouso.   Constatação do fotógrafo.
     15 – Ele é mineiro do Vale do Rio Doce – cidade de Aimorés – MG
     16 – Distâncias e tamanhos.   O Brasil é 15 vezes maior que a França em território.  Quando ele era menino, chegou a participar de marchas de até 45 dias com os peões que levavam gado da fazenda do seu pai até a cidade onde era feita a venda e o abate.    Diz que isso o ajudou em seu exercício da paciência e da contemplação da natureza.
     Conta que seu pai e equipe chegavam a levar de 500 a 600 porcos tocados à pé em marchas de 45 a 50 dias até a cidade onde tinha o ponto de venda e de abate.     Eles tinham tempo de conversar, olhar as paisagens.    “Essa lentidão é a mesma da fotografia”.
     17 – Velocidade no mundo atual....  “A vida não segue a mesma escala”.
     20 – Foi estudar em Vitória-ES, morando em república de estudantes.   Viveu o período de industrialização e de proletarização.   Se aproximou da Ação Popular que seguia idéias cubanas.   Fez Mestrado em Economia na USP, depois de cursar a faculdade de Economia em Vitória-ES.    Tempo da luta armada (anos 60).   Pós 64, os engajados mais jovens foram encaminhados para o exterior.  Ele e a namorada foram a Paris como exilados.  
     23 – No tempo de colégio, estudou francês como uma das matérias no colégio público.   Na época, cidades no Brasil com mais de cem mil habitantes tinham escola da Aliança Francesa, geralmente comandada por um francês.    A França para os jovens da sua época era a pátria da democracia e dos direitos humanos.
     26 – Ele foi espionado pelo SNI Serviço Nacional de Informação (órgão da Ditadura Militar) até na França.   Ele posteriormente viu os documentos relativos a isso.
     27 – “Que o Lula, que participou da oposição (à Ditadura) e nunca saiu do Brasil pois era proletário, tornou-se o maior presidente que o Brasil já teve.”
     29 – Como a fotografia entrou na vida dele.   Sua esposa estudava Arquitetura e precisava fotografar com qualidade vários prédios em Paris como parte da atividade acadêmica.    Compraram equipamento adequado na Suíça e leram os manuais com atenção e partiram para as fotos.   Pegou gosto e técnica.
      (Chamado de fotógrafo da Luz porque sua marca registrada é foto em P&Branco)
     30 – Por ter Mestrado em Economia, conseguiu em Londres um destacado emprego junto à OIC Organização Internacional do Café.   Viajou por vários lugares fotografando pela entidade, inclusive na África.
     39 – O casal jovem foi uma ocasião a Praga encontrar um parente que militava no PC Partido Comunista e estava refugiado da URSS em Praga.  O parente disse ao jovem casal para esquecer o PC e fez sua justificativa para tal sugestão.
     42 – Falou que em função da sua visão de mundo acabou focando a chamada “foto social”, envolvendo os problemas sociais ao redor do mundo que ele viu e sentiu.
     44-  A partir de Agência de publicidade em Paris, chegou a fazer foto reportagem para variadas e conceituadas revistas como:  Paris Match, Times, Stern, NewsWeek, et.
     52 -  Na América Latina, enfrentou montanhas, frio.  Ficou longo tempo longe do filho pequeno e da esposa por conta do trabalho.  Chorou às vezes.
     86 -  Com seu trabalho fotográfico...  “quis dar voz aos Sem Terras brasileiros”. 
     57 – Fala um pouco do MST, do Paraná.
     58 – Um dos seus trabalhos resultou no livro chamado “Terra” versa sobre as ações do MST em fotos dele e poemas de Chico Buarque.   (1996)
     58 – “A fotografia é uma escrita tão forte porque pode ser lida em todo o mundo sem tradução”.
     59 -  O segundo filho dele – Rodrigo – nasceu com síndrome de Down.
     66 -  Barricada de saco de areia  (saco de juta) na guerra.   A bala penetra, é retida na areia e o furo de entrada da bala se “fecha” após o ocorrido.
     71 – Serra Pelada (garimpo de ouro no Norte do BR).  Foi descoberto o ouro por lá em 1980.   Serra Pelada e o garimpo eram administrados pela Polícia Federal e o SNI Serviço Nacional de Informações.   Em 1986 a administração passou para a cooperativa dos garimpeiros.
     72 – Em Serra Pelada, 50.000 homens com picaretas, sacos, cavando e transportando solo barranco acima para a “lavagem” e ver se tinha ouro.   Um buraco enorme de 70 metros de profundidade.
     77 – Falando de migrações pelo mundo.    Década de 90, de 150 a 200 milhões de pessoas pelo mundo andou migrando por ano do campo para as cidades.  Um impacto enorme e sem precedentes.
     78 – Mecanização – migração, favelas, drogas, violência...  isto pelo mundo afora.
     78 – “Às vésperas do século XXI, tentei mostrar a necessidade de reformularmos a família humana sobre as bases da solidariedade e da partilha”
     79 – Mais recentemente ele retornou a vários lugares do mundo onde passou e viu as migrações e viu que o êxodo piorou tudo por lá.   Citou os casos de Xangai, Jacarta, Bombaim.       “Vi ilhas de riqueza num oceano de pobreza”.
     89 – Guerra na Ruanda.   2 milhões de refugiados.    Viu nos campos de refugiados mortes em massa, montes de mais de 100 m de comprimento.   Gente morta sendo recolhida com trator tipo pá carregadeira e despejados em valas comuns.   Também viu nos rios, cadáveres descendo rio abaixo.    Ficou quase doente (muito depressivo) de ver tudo isso por tanto tempo.   Seu médico recomendou que ele voltasse para a França.
     95 – Suas fotos resultaram no livro “Êxodos”.    Narra essas migrações pelo mundo.
     96 -  De volta à sua terra natal em MG, refloresta a antiga fazenda da família.   Antes eram 30 famílias de empregados.  Quando voltou recente, era só o capataz e as terras todas desmatadas e devastadas.    A tarefa de reerguer e reflorestar.
     Criou o Instituto Terra e vem somando o esforço próprio e de entidades inclusive do exterior para reflorestar a fazenda para preservação da natureza.   Já plantou mais de 2 milhões de árvores no local, sendo de mais de 200 espécies diferentes, sempre da sua região, para ficarem compatíveis com o bioma local.
     101 – Agora o Projeto Genesis, no qual pretende voltar a viajar o mundo e fotografar os locais onde há preservação na Natureza.
     101 – Nas andanças descobriu como viajar apenas com o essencial.    Agora, ver tantas belezas pelo mundo.  Muita alegria nisso.   Em abril de 2013 foram publicados 2 livros da série Genesis com fotos do projeto.
     103 – Os giros pelo mundo e as aulas de humanidade pelas quais vivenciou.    “Descobrindo o planeta, descobri a mim mesmo.”
     106 – O Quarup – ritual funerário indígena.  O tronco que o índio carrega sobre o ombro no ritual do Quarup representa o morto sendo reverenciado.
     117 -  Ele transportava numa missão até 600 rolos de filme fotográfico e estes sofriam com os raios-X dos aeroportos.    E o rigor nos aeroportos só piorou após o atentado de 11 de setembro às torres Gêmeas.    Maleta de filmes – peso de 28 kg.
     Quando migrou para as fotos digitais os cartões de memória pesavam ao todo 700 gramas.   Não mais problemas com os raios-X dos aeroportos.
     129 -  Curiosamente para quem fotografa em preto e branco, em cenário de neve é complicado para ter profundidade nas fotos.
     132 -  Fala da tribo dos Nenets na região Polar Ártica.   Frio de -30 a -40 graus na região dessa tribo.   Esse povo não precisa de muito para viver e tem que tudo que possuem caber num trenó e na tenda do acampamento.   Eles tem que migrar com suas tendas em busca de pastagem, caça, etc.    “Esses homens do frio vivem com pouco; mesmo assim, sua vida é tão intensa, tão plena e tão forte em emoções quanto a nossa.  Talvez até mais, pois tanto multiplicamos os bens materiais para tentar nos proteger que acabamos nos esquecendo de viver.  Não olhamos mais para a Natureza e para os outros, nos separamos da nossa comunidade.”
     134 – Sobre os povos primitivos pelo mundo afora.   “Eles me ensinaram mais do que eu a eles”.
     137 – Ele visitou mais de 120 países pelo mundo.
     139 -  Um cineasta alemão fez um documentário sobre Sebastião Salgado.  O cineasta é Wim Wenders    (quem sabe tem no Youtube, digo eu)
     146 – “O mundo moderno urbanizado, cheio de regras e leis, nos esgota.  Somente na natureza encontramos um pouco de liberdade”.
     147 a 157 -  Estão descritas as premiações que recebeu pelo mundo.   A primeira citada é de 1982, fora do Brasil.   Curiosamente (quem sabe até pelo posicionamento político dele) no Brasil a primeira premiação dele só veio em 1997, ou seja, somente 15 anos após seu pleno reconhecimento internacional.   E olha que entre 1982 e 2010 ele teve uma ou mais premiação por ano.   

     Leitor assíduo, eu já vinha acompanhando a vida e a arte do Sebastião Salgado e apreciando seu trabalho e postura diante da vida.  
                     orlando_lisboa@terra.com.br        blog  resenhaorlando.blogspot.com.br

    




domingo, 10 de agosto de 2014

RESENHA DO LIVRO – DIÁRIO DO CLIMA – SONIA BRIDI

            
           crédito da foto:   https://www.google.com.br/search?q=foto+da+cordilheira+dos+andes


     Resenha feita pelo leitor Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida

     O Brasil está para participar da Cop 20 que tratará das mudanças climáticas e ocorrerá no Peru.  O Cop vem da precursora reunião de Copenhagen.
     A jornalista catarinense Sonia Bridi fez um giro pelo mundo em busca de levantar dados sobre os lugares onde as mudanças climáticas tem mostrado efeitos mais marcantes e dessa reportagem resultou o livro editado em 2012.
     Página 15 – Passagem por La Paz – Bolívia.   Altitude de mais ou menos 4.000 m acima do nível do mar.    Perto da capital tem o lugar chamado Chacaltaya que tem uma estação de esqui na neve que anda abandonada porque a neve “sumiu”.
     15 – Degelo constante na Cordilheira dos Andes, de forma atípica.   Os cientistas prevêem que em apenas 15 anos nos Andes não haverá mais gelo abaixo dos 5.000 m de altitude.
     16 – Os cientistas usam um cilindro que perfura a neve e tira amostra das camadas e estas, estudadas, dão noção do comportamento do clima em décadas e até séculos.   Também ao analisar troncos das árvores, nos anéis de crescimento, há parâmetros sobre como o clima se comportou em certo período.
     19 – A altitude expõe o ser humano ao risco de embolia cerebral.
     21 – A repórter (que já percorreu o mundo) disse que a Bolívia é um dos países mais autêntico na face da terra em suas vestimentas típicas do dia a dia e modo de vida, com destaque para o interior do país.  Há grandes populações indígenas como os Aimarás, os Quíchuas.
     21 – A repórter viu pelo interior da Bolívia irrigações com plaquinhas do USAID Agencia de Desenvolvimento Americana.    Explicaram lá que após o Evo Morales assumir o governo, este expulsou os americanos que exploravam o país e o povo local.
     22 – A cultura da quinoa, grão de alto valor nutritivo, que é base da alimentação da região.  
     25 – Uyuni – o maior deserto de sal do mundo (era mar que secou há 30.000 anos).
     27 – O salar é a maior reserva do minério LÍTIO do Planeta.   Cobiçado internacionalmente por ser muito usual em eletrônicos como celulares, etc.   É o metal mais leve que há.  Usual em baterias de celulares, etc.  (pesa 10% de uma convencional)
     28 – Consta que os automóveis são responsáveis por 18% das emissões de GEE no planeta.   GEE Gases do Efeito Estufa.  Os USA são responsáveis por 50% das emissões por veículos.
     35 – Passou por Cusco, que foi sede do Império Inca.  (no Peru)
     38 -  “O Peru é um dos países mais lindos que visitei”, diz a jornalista.    CONTINUA......

quinta-feira, 31 de julho de 2014

RESENHA DA PALESTRA MÉDICA SOBRE AVC (DERRAME)


     Anotações feitas pelo Eng.Agr.Orlando Lisboa de Almeida
                  orlando_lisboa@terra.com.br

     A palestra foi proferida pelo Médico Neurologista Dr  João Rafael Sabbag do Hospital Evangélico de Curitiba no dia 29-07-14 no Rotary Club Curitiba Bom Retiro.
    
     AVC Acidente Vascular Cerebral.      Na tela de abertura da explanação já aparece uma frase de impacto e alerta:  “Uma em seis pessoas no mundo terá AVC em sua vida.   Esta pessoa pode ser você”.
     O AVC é a principal causa de óbito no Brasil e de afastamento do trabalho, via INSS.     Dia 29-10-2012 foi o Dia Mundial do AVC.   O símbolo da campanha tem a cor Azul.
     A doença tira a independência da pessoa, dependendo do grau das seqüelas.
     Dos AVC, 85% são tipo Isquêmico e 15% do tipo hemorrágico.
     No Brasil, 50% dos AVC ocorrem acima dos 75 anos de idade das pessoas.
     Em termos mundiais, o AVC é a segunda causa de óbito.
     A taxa de letalidade da doença está entre 10 e 55%.
     No Brasil, base 2010, morreram 100.000 pessoas de AVC.   No Brasil as mortes por AVC e infarto estão aproximadamente na mesma proporção.
     O AVC isquêmico é decorrente de obstrução de veia/artéria   (é o mais freqüente).
     No caso da mulher, a combinação de anticoncepcional associado ao tabagismo, aumenta o risco de AVC em vinte vezes.
     No Brasil, 40% dos afastamentos do trabalho (via INSS) por incapacidade física é decorrente do AVC.
      Controlar a pressão sanguínea é muito importante para prevenir.
     Controlar a diabetes também é importante.
     Colesterol alto – gordura no sangue – risco de AVC
     Tabagismo – o cigarro é nocivo à saúde e aumenta risco de AVC, assim como o alcoolismo.
     O palestrante disse que um tratamento para deixar de fumar é 20 vezes mais barato do que acudir a saúde da pessoa fumante nos casos de doenças associadas ao vício.
     Obesidade – também predispõe a pessoa ao risco de AVC.
     Exercício físico regular ajuda a pessoa a se prevenir de doenças em geral e do AVC em particular.
     Evitar excesso de sal e gorduras na alimentação do dia-a-dia.
     Fazer exames médicos regulares também é um “santo remédio” – prevenir.
     Em caso de suspeita do AVC, levar a pessoa afetada o mais urgente possível em busca de atendimento médico.
     Uns testes que a pessoa pode fazer junto à pessoa suspeita de estar na ocorrência de um AVC:      (geralmente os sintomas incluem forte e repentina dor de cabeça)
     SAMU
     S – sorria.     Ver se a pessoa consegue articular os lábios corretamente.
     A – abrace -   Ver se a pessoa consegue erguer os braços – dar um abraço (coordenação motora) – perda súbita da força muscular.
     M – música – ver se a pessoa consegue falar e entender o que o outro lhe fala.
     U – urgente -   chamar o socorro se for o caso.          SAMU 192
     Aja rápido.   Tempo perdido é cérebro perdido.
     Em alguma situação, o prosaico medicamento AAS ácido acetil salicílico pode ser um auxiliar em questão circulatória.   Sempre com orientação médica.

     No caso de suspeita de AVC, não alimentar a pessoa pois nesse caso pode haver bronco aspiração e complicar a recuperação do paciente.  (alimento ir para as vias respiratórias).
     Remédio de uso em hospital para AVC isquêmico (o mais freqüente):   ACTILISE.
     O remédio visa desfazer o coágulo e a obstrução da circulação sanguínea no local afetado.
     Quando a pessoa tem mais de 80 anos de idade, em geral se coloca um cateter para colocar o medicamento (em dose menor) na região do coágulo.
     Há casos de AVC hemorrágico em que tende a inchar o cérebro e pode ser necessário abrir uma “janela” no osso craniano para o cérebro expandir o volume no momento da ocorrência.   Controlado o problema, se repõe o osso.
     Mensagem final:    EM CASO DE AVC – TEMPO É CÉREBRO.

     Espero ter entendido de forma adequada o que foi repassado e eventuais pisadas na bola de minha parte, leigo que sou, peço desculpa.



     

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Divulgando meu Blog mais antigo, também atualizado

     Faz uns cinco anos que eu resolvi criar um blog que costumo dizer que é de Opinião, Cultura e Lazer.     No item lazer, coloco principalmente algo sobre algumas viagens de lazer, mas sempre com algum conteúdo cultural sobre o lugar visitado.    Este blog tem cinco anos, mais de trinta mil acessos e o endereço é   www.orlandolisboa.blogspot.com.br

orlando_lisboa@terra.com.br

Espero sua visita e se for o caso, também algum comentário.   Fraterno abraço.  

terça-feira, 8 de julho de 2014

RESENHA DO LIVRO: SABERES GLOBAIS, SABERES LOCAIS

          Autor da Resenha:   Eng.Agr.Orlando Lisboa de Almeida

Autores do livro:  Edgar Morin – participação do índio Marcos Terena
Editora:  Garamond  - Rio de Janeiro – Ano 2000  - 75 páginas
CDS/UNb   Centro de Desenvolvimento Sustentável da UNb.
Data da leitura:   31-01-13 a 01-02-13

     O livro na verdade reproduz uma Conferência realizada pela Universidade de Brasilia dentro do tema “Idéias Sustentáveis”.
     O Conferencista convidado, Edgar Morin é francês, octagenário, licenciado em História, Geografia e Direito.   Muito empenhado na teoria e na prática dos temas que envolvem o ser humano.
     O outro conferencista convidado foi o índio Marcos Terena, que é piloto de aeronaves, escritor, professor e conferencista.    A fala de ambos está expressa neste livro, assim como as perguntas e respostas na parte final das conferências.
     Um dos conselhos do índio Terena:   “Vocês não podem abandonar o espírito de vocês; o espírito é a maior força que o ser humano possui.  Se nós não fortalecermos o nosso espírito, seremos fracos.”    (página 63)
Página 65 – Terena, falando do índio no Brasil frente à pobreza, as injustiças e as questões ambientais.     “Porque a nossa oração é também para aqueles lugares onde as pessoas não tem o que comer, não tem o que beber, não tem casa para morar.  É por isso que, quando lutamos pela terra, é para proteger a vida.   A vida dos animais, das plantas e do ser humano”.
Voltando à página 17 -  Atualmente (ano 2000), temos que do ano de 1500 para cá no Brasil perdemos mais de 700 dos 1.000 povos indígenas, diz o Terena.   Povos que não existem mais, línguas e culturas que não existem mais.
     Atualmente há ao redor de 200 povos indígenas no Brasil, que falam 180 linguas diferentes.
     Página 56 – Morin e a inteligência artificial humana:    ...” penso que há um limite nesta porque:   qual é a originalidade da inteligência humana?   É a sua relação fundamental com a afetividade e com a emoção.”
     Página 59 – Morin, sobre o Ensino, sobre a Criatividade:
     “Ensino não é unicamente uma função, uma profissão como qualquer outra, onde se pode distribuir, produzir pedaços do saber: pedaços de geografia, de história, de química.   Enfim, Platão disse muito bem: “Para ensinar necessita-se de Eros, que significa amor, prazer e amor pelo conhecimento, amor pelas pessoas.  Se não há isso no ensino, na investigação, no conhecimento, nenhum resultado é interessante.”
     Página 53:   Morin, sobre a igualdade na diversidade:    “Pode-se falar de igualdade porque  a diversidade não significa uma visão hierárquica.   A diversidade é uma pluralidade de possibilidades.   Igualdade não significa igualdade entre os mesmos.  Igualdade pode ser entre pessoas, a igualdade humana dos direitos humanos vale para todas as culturas, para todas as línguas, para todas as raças...”